ESPADAS JAPONESAS
Espadas foram usadas como armas pela primeira vez no Período Kofun (Século III). Estas espadas, chamadas de chokuto (espada reta), tinham um formato reto sem curvas e eram usadas para perfurar em vez de cortar. As chokuto predominaram até os Períodos Asuka (592-710) e Nara (710-794).
Nesta época, as espadas importadas eram as mais valorizadas, mas houve um aumento na demanda devido aos muitos conflitos internos que ocorriam no Japão. O mais famoso embate foi a Guerra Genpei, envolvendo os clãs Genji (ou Minamoto) e Heike (ou Taira), sendo considerada a primeira guerra civil que abrangeu todo o país no final do Período Heian (794-1192).
A importação não era suficiente para atender a crescente demanda por espadas, levando ao surgimento do tosho, mestres ferreiros que desenvolveram a espada original japonesa, a katana. A cada conflito sucessivo, os tosho aprimoraram as espadas, chegando à lâmina curva característica da espada japonesa, estilo conhecido como wanto que se tornou predominante. Com a introdução da cavalaria nas guerras no Japão, a espada evoluiu com melhorias no comprimento e no arco da lâmina para que os guerreiros montados pudessem usar as espadas com maior eficácia. Este estilo de espada é chamado de tachi.
Período Kamakura (1192-1333) quando surgiram os samurai como classe dominante do governo militar da época, os mestres ferreiros tinham a proteção do xogunato (antigo regime feudal japonês). Em várias regiões, eles passaram a produzir novos tipos de armas com lâminas, como a tanto (espada curta), a naginata (arma com haste longa de madeira com uma lâmina curva de um gume na ponta) e a yari (lança).
As espadas continuaram evoluindo enquanto o Japão enfrentava as duas invasões mongóis (1274 e 1281) no final do Período Kamakura. Nesse período, o método de batalha também evoluiu do combate individual para táticas de unidades coordenadas, intensificando a fabricação de espadas e resultando na criação de muitas espadas de renome, atualmente consideradas como tesouro nacional.
Período Muromachi (1336-1573), surgiram a kozori, espada curta, e a waakizashi, espada para lutas em ambientes internos, estabelecendo o estilo nihonzashi (duas espadas) como a imagem que temos atualmente de um samurai. Nessa época, a beleza das espadas encantava outros países e elas se tornaram um importante produto de exportação.
Período Sengoku (1467-1590), época em que surgiram dois famosos samurais, Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi, as espadas produzidas pelos mestres ferreiros tornaram-se troféus de guerra ou tesouros, cujo dono mudava freneticamente. Assim, as espadas passaram a ser um símbolo de autoridade.
A introdução de armas de fogo causou rápidas mudanças nas armaduras e espadas. Como as armaduras pesadas dificultam a mobilidade, seu peso foi reduzido e a resistência melhorada. Junto com isso, surgiu a uchigatana, uma espada mais espessa, com peso e comprimento adequados para o combate corpo a corpo. A uchigatana tornou-se predominante e foi preservada até hoje, estabelecendo-se como a katana japonesa que conhecemos atualmente.
No Período Edo (1603-1868), foram estabelecidas leis rigorosas para restringir a propriedade da espada por classe social, mas os cidadãos tinham permissão para ter uma espada curta wakizashi. Neste período em que a paz perdurou, o uso da espada como arma diminui. No entanto, no final do Período Edo (1853), a espada voltou a ser usada em combates à medida que a nação novamente mergulhava em conflitos.
O papel das espadas japonesas em batalhas chega ao fim com o Edito de Abolição da Espada (Haitorei) em 1876, no Período Meiji.
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