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Mostrando postagens de abril 4, 2021

RESFRIAMENTO NA TÊMPERA

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A velocidade de resfriamento deve seguir uma solução de compromisso entre a obtenção das propriedades desejadas e mínima distorção. A velocidade deve ser alta para evitar formação de carbonetos pró-eutetóides que: - Roubam C e elementos de liga. - Reduzem a tenacidade. Dentre os meios de resfriamento podemos destacar: salmoura, água, óleo, sal, nitrogênio sob pressão ou ar, dependendo sempre da temperabilidade do aço.  Aços com baixo teor de elementos de liga podem ser temperados em água com adição de 8 a 10% de cloreto de sódio para aumentar a eficiência da extração de calor, porém esse meio de resfriamento gera severa distorção e muitas vezes trincas catastróficas. O resfriamento em óleo pode ser utilizado para os aços de baixa, média e alta liga. O óleo deve ser mantido em temperaturas de 60 a 70ºC. O Oleo da um acabamento muito bom e elevada dureza, no entanto o risco de empenamento e trincas também é alto. 

CURVAS DE REVENIMENTO

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Para cada aço existe uma curva de revenimento. Os fabricantes costumam mostrar estas  curvas em seus catálogos, veja a figura acima. Legenda:  A: Martensita revenida  B: Precipitação de carbonetos  C:Transformação da austenita retida em martensita primária  D: Revenimento de aços rápidos e aços de alta liga (Ex.: H-13)  Na operação de revenido importa não só a temperatura do tratamento como igualmente  o tempo de permanência na temperatura considerada. A influência maior verifica-se no início,  diminuindo com intervalos de tempo maiores.  O revenimento é um processo que ocorre por difusão e portanto o tempo tem função  importante. Dependendo da massa da peça, uma vez fixada a temperatura de revenimento, o  tempo terá que ser suficiente para que a peça seja revenida adequadamente.  Na prática podemos utilizar o seguinte critério: tempo mínimo de 2 horas para seções de  até uma polegada. Para cada polegada a mais acrescenta-se 1 hora.  Para peças de pequena  espessura (menore

ETAPAS DO REVENIMENTO

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REVENIDO abaixo de 120ºC:  Martensita, saturada de carbono, começa a liberar  esse   elemento na forma de carbonetos complexos (Fe12C5).  Ocorre uma expansão da martensita, e não um revenimento propriamente dito.  REVENIDO entre 120 e 250ºC:  Esta é a zona para o revenimento de alta resistência ao  corte. A medida que a temperatura aumenta as tensões internas diminuem o que melhora a  resistencia ao choque, começa o aparecime nto de micro estrutura de martensita revenida e a  dureza em aços comuns é da ordem de 65 – 60 HRc.  REVENIDO entre 250 a 300ºC:  Zona de resistência ao choque e menor dureza. As tensões  internas diminuem ainda mais, pois nesta fase começa a surgir uma micro estrutura mesclada  de martensita  e troostita, a dureza cai para 50  - 60 HRc. REVENIDO entre 300 a 400ºC:  Zona de melhor resistencia ao choque. A recuperação da  micro estrutura metaestável promove elevada resistência ao choque e impactos, com  dureza na ordem de 35- 50 HRc. REVENIDO entre 400

REVENIMENTO

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Revenimento é o tratamento térmico caracterizado pelo  reaquecimento abaixo da zona crítica que normalmente é realizado sempre após o tratamento  térmico da têmpera, tendo como objetivo básico aliviar as tensões internas e diminuir a  fragilidade da martensita, eliminando a maioria dos inconvenientes produzidos por esta. Além  de aliviar ou remover as tensões internas, corrige a excessiva dureza do material, aumentando  a ductibilidade e a resistência ao choque.  Neste processo, o aço é aquecido a uma determinada temperatura abaixo da linha A1,  no diagrama de equilíbrio F-C por um determinado tempo, o resultado é a diminuição da dureza  e o conseqüente aumento de tenacidade, resultando em um material mais resistente.  A martensita revenida é mais tenaz que a martensita primária. A dureza após o revenimento dependerá da especificação  exigida. Quanto mais alta a temperatura de revenimento, maior será a queda de dureza conforme mostra a fig. 1.

O TESOURO TRÁCIO. (Tesouro de Panagyurishte)

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O tesouro é considerado um dos maiores achados do século 20 e mostra a habilidade e técnica apurada dos ferreiros tracios. O artefato que mais se destacou foi a ânfora rítmica. Com quase 2 quilos de ouro, ela possui particularidades fascinantes. Nela é possível observar sete figuras masculinas em uma cena comum do cotidiano, os personagens estão descalços, seminus e aparentam correr em uma superfície.  Um deles possui uma trombeta, enquanto os outros estão armados com espadas. Nas alças do objeto existem dois centauros. 

KUROUCHI

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Traduzindo para o Português seria : acabamento do ferreiro. É uma técnica japonesa de deixar a faca com aspecto rústico medieval. É obtido após a têmpera, deixando carepa sobre a lâmina e ajudando a proteger o aço carbono  contra a corrosão. Não é um tipo de faca, mas sim um acabamento rústico tradicional.

UCHIGATANA

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No Período Sengoku (1467-1590), época em que surgiram dois famosos samurais, Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi, as espadas produzidas pelos mestres ferreiros tornaram-se troféus de guerra ou tesouros.  As espadas passaram a ser um "símbolo de autoridade". Então surgiu a uchigatana, uma espada mais espessa, com peso e comprimento adequados para o combate corpo a corpo. A uchigatana tornou-se predominante estabelecendo-se como a katana japonesa que conhecemos atualmente.

WOOTZ

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Massa metálica solidificada no fundo de um pequeno pote ou cadinho, com diãmetro de 7 a 12 cm, que a partir do século 10, no Oriente era fornecida aos ferreiros para a confecção de barras e  lâminas com o aço Damasco original. As primeiras menções a espadas de extrema elasticidade fabricadas com o aço wootz datam do ano 540.

TSUCHIME - MARTELADO

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O acabamento martelado não é só estético, ele na verdade possui uma função física, que é reduzir o arrasto durante o corte. A lamina martelada cria pequenas bolsas de ar durante o corte evitando que o alimento  grude na lâmina. Depois que a lâmina é forjada, passa por um segundo processo no qual o ferreiro usa o martelo bola para deixar marcas arredondadas.

ESPADA JAPONESA

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Durante do período Jokoto (800 dC), as espadas eram retas, com fio simples ou duplo e pobremente temperadas. Não havia um desenho padrão, eram atadas à cintura por meio de cordas. As primeiras espadas que se tornaram a arma padrão do samurai foram feitas pelo ferreiro Amakuni, em meados do século VIII. A adoção do fio curvado foi um grande passo tecnológico para a época, que coincidiu com as melhorias nas técnicas de têmpera. A era de ouro da manufatura de espadas deu-se sete séculos mais tarde, entre 1394 e 1427. O cavaleiro portava a espada com a lâmina para baixo e a desembainhava em um movimento para cima, de modo que não ferisse o cavalo. O guerreiro a pé usava a kataná com a lâmina voltada para cima. Tal mudança na forma de porte da espada significou o início de um método de combate novo, que teria um efeito dramático no modo como o samurai encarava a guerra.  Com a espada segura firmemente na cintura, o samurai a sacava e cortava rapidamente num só movimento, defende

GUILDA NA IDADE MÉDIA

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Na Europa medieval , você não podia simplesmente alugar uma cabana e se estabelecer como ferreiro. Na maioria das cidades, você não tinha escolha a não ser ingressar em uma guilda em uma idade jovem , o que envolvia o aprendizado com um mestre praticante por vários anos, sem remuneração, mas com hospedagem e alimentação até que você se tornasse um mestre completo.  Nesse ponto, esperava-se que você não apenas praticasse seu comércio, mas também participasse das atividades de sua guilda. Muito do que sabemos sobre guildas medievais vem da cidade de Londres, que manteve os mais extensos registros sobre essas organizações, que até tinham sua própria hierarquia social, do século XIII ao século XIX.

ADAM THE CUTLER

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As duas palavras derivam do Latim: cultellus, significando faca, e cultellarius, significando "fazedor de facas". Embora inicialmente referindo-se apenas às facas, ao longo do tempo a atividade da cutelaria foi ampliada e hoje nela incluem-se a produção de tesouras, navalhas, garfos, colheres, etc.  No Brasil, esses têrmos também se aplicam à produção de espadas e machados. Em língua inglesa, o primeiro registro escrito que se tem de um cuteleiro data do século 12 e refere-se a um ferreiro de Londres chamado "Adam, the Cutler"

FACAS FEITAS À MÃO

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Em todos os países e em todos os séculos a partir da Idade do Ferro existiram artesãos que produziam facas sob encomenda. A partir da Idade Média e até meados do século 17, esta era uma das muitas atividades dos ferreiros.  No século seguinte começaram a surgir os cuteleiros como profissionais especializados unicamente nos diversos objetos que utilizam lâminas. No século 19, as empresas cuteleiras da Inglaterra e da Alemanha nada mais eram do que estruturas fabris que abrigavam diversos tipos de artesãos, cada um especializado na confecção, montagem e acabamento de uma determinada parte de faca ou canivete.  Dessa forma, fica fácil entender porque facas antigas dessas origens, embora partissem de empresas comerciais, tinham tanta qualidade e são atualmente tão desejadas, pois na realidade, foram facas feitas à mão, com o mínimo de maquinário.

SISTEMA DE FIXAÇÃO DE CABOS DE FACAS COM PARAFUSOS CORBY

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Este parafuso foi muito usado pelo famoso cuteleiro R.W. Loveless. Corby é um parafuso rosqueado com dois diâmetros que permite a fixação mecânica dos cabos das facas além de serem colados. Depois de colados e apertados, as cabeças dos parafusos devem ser lixadas e com o cabo terminado é como se tivesse usado pinos comuns, mas de fato você fez um aperto mecânico e não somente uma colagem como no caso dos pinos comuns.  Normalmente o diâmetro interno é de 4 mm e o externo é de 6 mm. Também existem versões de 8 mm de diâmetro externo.  Para montar o parafuso Corby você precisa de duas brocas de 4,6 e 6,4 mm ou de 6,4 e 8,4 mm. O importante é deixar material no cabo para o apoio e para a tração dos pinos.

MICROESTRUTURA DO AÇO (I)

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A microestrutura está relacionada com a forma de como os diversos constituintes  (fases e defeitos cristalinos) do material estão organizados dentro do mesmo. A  microestrutura, geralmente possui aspecto característico. Ela é uma “impressão digital” do  material. Como a microestrutura apresenta morfologia (ou seja, forma) é possível então  visualizá-la e identificá-la. Este procedimento é realizado mediante preparação  metalográfica da peça e análise em microscópio. A microestrutura básica do aço baixo carbono é formada por ferrita isolada e ilhas de  perlita. A Figura acima mostra imagem de um aço ABNT 1020 (Aço com aprox. 0,20% de carbono) obtida com microscópio ótico. Na Figura a, podemos ver a presença de três regiões  metalográficas importantes, que fazem parte da microestrutura. Temos os contornos de  grãos, que formam linhas finas que delimitam grãos claros e escuros.  Contornos de grão são fronteiras entre regiões com diferentes  orientações cristalográficas Podemos

MICROESTRUTURA DO AÇO (II)

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A microestrutura do aço varia  conforme o   aumento do teor de  carbono. Abaixo de 0,008% de carbono, a microestrutura é 100% ferrita. Caracterizada  somente pela presença de contornos de grão (Figura a).  Neste caso, podemos considerar este material como sendo Ferro puro.  Entre 0,008 e 0,8% de carbono, temos   ferrita isolada e ilhas de perilita, com   quantidades  crescentes de perlita, conforme se aumenta o teor de carbono.  Nas Figuras b  e c, são mostradas duas microestruturas dentro desta faixa. Uma delas com 0,2% de carbono   (Figura b), sendo que esta possui grãos claros e grãos escuros (Ferrita e Perlita ).  Nota-se que, para o aço contendo 0,2% de carbono, a quantidade de  grãos claros é maior que a de grãos escuros.  Outra microestrutura dentro da faixa entre  0,008 e 0,8% é mostrada na Figura c, sendo um aço com 0,6% de carbono. Neste caso,podemos   notar também a presença de ferrita e perlita, onde os grãos escuros (perlita) se  apresentam em maior quantidade

FERRO FUNDIDO

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Antes de tudo vamos esclarecer esta terminologia: ferros fundidos são ligas metálicas ferrosas e não ferro no estado líquido. Eles são chamados assim, pois possuem temperatura de fusão menor que a dos aços.  Esta característica facilita a produção de produtos de ferro fundido a partir do processo de fabricação conhecido como Fundição. São ligas relativamente baratas e possuem uma melhor fluidez que os aços e também por isso são preferidos para este tipo de processo de fabricação.  São ligas ferrosas com teor de carbono superior a 2,11%. Pode-se considerar ferro fundido uma liga contendo somente ferro e carbono. No entanto, o silício sempre está presente em teores superiores ao do próprio carbono. Visto que o silício possui grande influência nesta liga, os ferros fundidos são geralmente considerados como uma liga ternária Fe-Si-C.  Além disso, possuem ainda Mn, S e P. O carbono presente nestas ligas pode se encontrar dissolvido na estrutura cristalina do ferro (até 0,008%),

LIGAS METÁLICAS

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São materiais formados pela mistura de dois ou mais componentes, dos quais pelo menos um é metal. O metal deve, ainda, ser encontrado em maior quantidade na mistura. São criadas a partir do aquecimento entre os componentes da liga até os seus respectivos pontos de fusão, de modo conjunto ou isolado, seguido de esfriamento e solidificação. As ligas se caracterizam por modificar as propriedades dos metais. DIVISÃO DAS LIGAS METÁLICAS  Ligas metálicas ferrosas: Apresentam o ferro como principal constituinte. Em geral, apresentam facilidade de sofrer corrosão. Exemplos: aço e ferro fundido. Ligas metálicas não-ferrosas: Como o nome indica, não apresentam ferro. São mais resistentes à corrosão. Exemplos: ligas de alumínio, bronze, latão e amálgama.

CLASSIFICAÇÃO GERAL E PRINCIPAIS DEFINIÇÕES DAS LIGAS METÁLICAS FERROSAS

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TOMAHAWK

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Os tomahawks de metal podiam ter duas origens: vinham juntamente com os chamados trade axes, ou machados comerciais, normalmente de origem francesa, inglesa, espanhola e até holandesa, trazidos por comerciantes desses países, ou eram produzidos sob encomenda por ferreiros e armeiros norte-americanos, tanto para exploradores, homens das montanhas, caçadores e até mesmo a pedido de autoridades dos EUA que desejavam presentear chefes índios de destaque com um produto melhor. Entre a maioria dos brancos, apenas os tipos produzidos sob encomenda tinham alguma forma de decoração, na maioria das vezes bem sóbria, mas entre os índios era comum a decoração vistosa do cabo, com tachas de latão, contas de osso ou vidro, penas, couros, peles, tecidos, incisões na madeira com ferro quente ou até com escalpos humanos. Estes tipos de enfeites variando em estilo entre os diversos grupos nativos. Igualmente, alguns exploradores, caçadores e homens das montanhas também costumavam decorar seu

TOMAHAWK LANÇA - SPONTOON TOMAHAWK

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É um tipo incomum e sua designação provém da palavra francesa esponton, que se referia a um modelo de alabarda usada por soldados franceses e ingleses nos séculos 17 e 18. Foi um tipo de tomahawk concebido com único propósito de servir como arma. Desse tipo, existiram também cabeças com formato similar a uma faca, ou adaga, devido a isso por vezes também chamados de dagger tomahawks.Indios das tribos Comanche e Cherokee tinham especial predileção por esse Tomahawk.

TOMAHAWK

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Para os pioneiros e exploradores norte-americanos o tomahawk de metal foi apenas mais uma ferramenta.Entre os índios, além de objeto utilitário e arma  era também um instrumento de bravura e liderança, especialmente com a introdução do pipe tomahawk,  tornou-se um símbolo de guerra e paz. O maior ato de bravura do índio das planícies norte-americanas não era somente a morte de seus inimigos, mas sim toca-los com algum instrumento, provocando o combate aproximado.  Entre esses instrumentos, destacavam-se o tomahawk, o chicote ou um simples bastão curto, muitos especialmente confeccionados para esse fim.

TOMAHAWK

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Segundo alguns historiadores americanos, o têrmo tomahawk também já era amplamente utilizado por volta de 1720 pelos colonizadores da Virginia para definir um machado de pequenas dimensões, independente de seu uso se fazer por índios ou por brancos. Na época da Guerra da Independência dos EUA (1776) integrantes de milícias das 13 colônias revolucionárias portavam regularmente tomahawks, bem como também o faziam alguns batalhões do exército britânico do período.  Por volta de 1810, ao se iniciar o efetivo desbravamento e colonização do Oeste Selvagem por norte-americanos e a intensificação do comércio das peles de castor por homens das montanhas, os tomahawks foram uma importante moeda de troca nas relações comerciais com os índios.

TOMAHAWK

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A palavra "tomahawk é uma derivação da fonética tamahakan no idioma das tribos índias Algonquin e Iroquois que habitavam o Leste da América do Norte. Originalmente, essa fonética aplicava-se a toda uma classe de armas para golpear, compreendendo as maças de guerra feitas de madeiras duras e pedras (war clubs) e os primitivos machados deste último material.  Assim, essas e outras tribos dos EUA passaram a chamar de tamahak os primeiros machados de metal recebidos de comerciantes europeus (franceses) que se dedicavam ao comércio de peles nas fronteiras norte-americanas por volta de 1630.  Eram tecnicamente muito superiores aos de pedra e rapidamente tornaram-se itens disputados entre as populações indígenas daquele país.Tudo leva a crer que as primeiras tentativas de fornecimento de machadinhas de metal aos índios norte-americanos foi através de simples cópias européias dos modelos em pedra, tendo sido rapidamente abandonados devido a raridade atual de alguns poucos exem

TOMAHAWK

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Os primeiros tomahawks levados aos EUA já apresentavam a característica de terem o cabo mais longo do que aquele das típicas machadinhas utilitários do Velho Mundo entre os séculos 17 e 19. Na maioria dos exemplares originais, esse comprimento situava-se entre 17" e 23"  >  43,1 e 58,4 cm. As verdadeiras razões para esse cabo mais longo são desconhecidas. Alguns colecionadores dos EUA acham que a razão para isso talvez fosse o fato dos mercadores europeus já os conceberem não só como ferramentas mas sim também como armas, daí a inspiração para sua criação ter partido dos machados de guerra da Europa medieval.  O tomahawk convencional seria então uma miniatura dos antigos machados usados em combate.

FLUIDEZ E FUNCIONALIDADE.

Facas artesanais e industriais são dois objetos distintos que não podem ser comparados, enquanto a artesanal passa por processos específicos e exclusivos como o forjamento, têmpera, revenimento, polimento, afiação da lâmina, criação do angulo, fabricação da bainha, etc. A faca industrial é produzida em escala, feita a partir de corte a laser em chapas de aço inox que logo ganham cabo, geralmente de plástico. Sua espiga na maioria das vezes é pequena, ganhando em escala e redução de preço, logo, o valor comercializado é menor. As grandes empresas que trabalham com o processo industrializado automatizado perdem em qualidade de acabamento mas ganham em quantidade.  A  cutelaria artesanal trabalha sob o desenvolvimento do design da lâmina, design estético, ergonomia, ergometria, graça, fluidez de desenho e funcionalidade.

IDADE DOS METAIS

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POR QUE A KATANA ADQUIRE CURVATURA DURANTE A TÊMPERA?

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A estrutura cristalina do aço na temperatura ambiente é Cúbica de  Corpo Centrado – CCC e possui Fator de  empacotamento Atômico (FEA) baixo, ou seja, no máximo 0,022% de  carbono dissolvido e em forma de carboneto de ferro, cementita - Fe3C. Quando austenitizamos o aço CCC,  os carbonetos  Fe3C se dissolvem e sua estrutura cristalina modifica-se para Cúbica de  Face Centrada-CFC, com FEA bem maior, aceitando de 0,8 a 2,11%  de Carbono dissolvido. Se deixarmos o aço esfriar na temperatura ambiente, ele retornará à  CCC, com baixa saturação de carbono. Porém, se aplicarmos o choque térmico (têmpera) o carbono não conseguirá retornar à posição inicial,  ficando aprisionado na estrutura cristalina, que a partir de então não será  mais nem CCC, nem CFC, mas sim TCC - Tetragonal de Corpo  Centrado, ou seja, uma estrutura CCC saturada que antes comportava  somente 0,022% de Carbono, agora com cerca de 0,6 a 0,8% de C.  A estrutura TCC tem volume maior que a estrutura CCC.   Assim

CUTELARIA E HABILIDADE

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Até onde a Cutelaria pode ser considerada realmente artesanal?  Alguns colecionadores e apreciadores da arte questionam e  elegem seus profissionais prediletos observando que ferramentas eles  utilizam.  Alegam que muitos cuteleiros da atualidade abusam de maquinário e tecnologia para a confecção de seus trabalhos, deixando de lado a habilidade manual e a criatividade na elaboração. Fabricar uma faca não é tarefa complicada, mas fabricar uma boa faca é outro assunto bem diferente. Nota-se que boa parte dos iniciantes perde tempo e dinheiro em busca  de equipamentos e máquinas que possam substituir-lhes a habilidade manual, e, frustrados, acabam por desistir do ofício. 

IDENTIFICAR PELO SOM TRINCAS E FISSURAS NO AÇO

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Uma barra ou lâmina de aço, quando suspensa e segura por um ponto mínimo, ao ser atingida por um objeto duro emite um som  característico como o de um diapasão, em função das tensões internas  de seu arranjo molecular.  O som duradouro é indício de estrutura  intacta, sem fissuras. A ausência de reverberação é indício de estrutura  danificada por trincas internamente. A duração do som emitido por uma peça temperada será mais breve do que a de uma peça do mesmo formato, porém não  temperada.

IDENTIFICAR TEOR DE CARBONO PELAS FAÍSCAS

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O que de fato nos interessa na  composição do aço é o seu teor de  Carbono e existem maneiras práticas de se fazer uma estimativa. Uma delas é desbastar a peça em um esmeril.  As partículas que se destacam, inflamam-se produzindo faíscas e emitem ramificações, como se explodissem no seu trajeto, formando pequenas estrelas.  Quanto maior a quantidade de estrelas produzidas, maior será o teor de Carbono no aço.O aspecto das faíscas não é influenciado pelos tratamentos térmicos a que a peça tenha  sido submetida e sempre será do mesmo tipo, quer esteja recozida, temperada ou revenida. O método de identificação dos metais mediante as características  das centelhas ou faíscas que lhes são desprendidas pelo esmeril é uma forma rápida empregada em oficinas e principalmente entre os vendedores de ferro velho ou outros comerciantes para classificar certos  materiais. Quando esta operação é feita por pessoa habilidosa, os  resultados obtidos são bastante aproximados. Essa operação po

CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS

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A mais utilizada é a classificação americana SAE (Society of  Automotive Engineers). Nela os dois primeiros algarismos definem o tipo  de aço, conforme os componentes de sua liga, e os dois últimos (xx) o  teor de carbono em centésimos de 1%.

LIGAS METÁLICAS

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FORJAR AÇO DAMASCO NA MARRETA

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TÊMPERA: PONTEIRO TALHADEIRA ROMPEDOR PUNÇÃO By Tonho Estofador

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Pode utilizar vergalhão ou haste de amortecedor. Aqueça o aço até a temperatura crítica. Mergulhe a ponta na água só uns 3 centímetros, até a parte que está na água ficar preta, é rápido, 3 ou 5 segundos.   Depois coloque em pé com a ponta para baixo em uma bandeja com no máximo 1 cm de salmoura ou água pura. Deixe a ponta na água até esfriar e está pronto! O Revenimento se dá automaticamente com o calor que está na peça acima da parte que foi mergulhada na água. Obs.: Facas de vergalhão também ficam boas com têmpera na salmoura, neste caso tem que fazer todo processo de tratamento térmico.   Bom pra treinar forjamento de facas integrais. O material é barato, se der errado você só perde o tempo. Se empenar na têmpera, podem ser alinhadas com calços na morsa, sem medo de quebrar.   Não ficam tão boas como em aço de alto carbono, ficam mais moles e com menos retenção de fio mas em compensação é muito fácil de afiar.

AÇO WOOTZ

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A metalurgia do ferro disseminou-se a partir do Oriente Próximo  para as regiões vizinhas e, mais tarde, por volta de 1100 a. C., para a Europa, na Grécia e para o Chipre, daí se espalhando pelo restante do  continente. Mas um grande choque tecnológico estava ainda por vir para  o Ocidente. Trazido pelos árabes, séculos   depois,  o aço Damasco   revolucionou a metalurgia. O aço Damasco é uma liga de aço fundido contendo entre 1,2 e  2% de carbono e, apesar dos achados arqueológicos mais antigos desse  material datarem do início da era cristã, acredita-se que ele já existia  desde a época de Alexandre Magno, no século 320 a.C.  Sua fama deve- se à sua beleza e à capacidade de agregar duas qualidades  fundamentais a uma lâmina, alta dureza e tenacidade. Apesar de muitos  estudos, sua origem até hoje é discutida. Ao que tudo indica, teria sido na Índia onde se deu início à  produção de aço Damasco. Utilizava-se o Wootz, que era um lingote de  aço produzido a partir da esponja

SBC - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CUTELEIROS

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Em novembro de 2001 recebemos a visita de um dos maisrespeitados  cuteleiros da América do Norte, Jerry Fisk, então Vice-Presidente da American Bladesmith Society-ABS,  e o único com o título de National Living Treasure (Tesouro Nacional Vivo) nos Estados Unidos.  Fisk veio para presidir um workshop realizado na Serra da Cantareira, em Mairiporã, Sp, que contou com a participação de quatorze cuteleiros brasileiros vindos de diversos Estados. Ao final de dez dias de proveitoso trabalho, Fisk sugeriu a criação de uma entidade sem fins lucrativos que congregasse os cuteleiros do Brasil, aos moldes da ABS, e que se encarregasse de divulgar e promover a arte da Cutelaria. A partir de então, o grupo dos participantes do workshop se mobilizou em prol da criação da SBC e elegeu Mr. Fisk como Presidente de Honra. A vinda de Fisk para o Brasil é considerada um marco na história da nossa Cutelaria, não só pela criação da SBC, mas também pela especial referência que passamos a ter no m

CURSO: INTRODUÇÃO A CUTELARIA

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CURVATURA

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A curvatura da lâmina acontece  em função do contato com a água morna e depende do teor de carbono do aço que está sendo usado.  A massa  refratária aplicada sobre o dorso da lâmina faz com que existam velocidades de resfriamento e temperaturas diferentes nas duas partes do aço. Quando você aquece a peça, o grão do aço cresce. A medida que a temperatura se iguala por toda a lâmina o grão estará mais ou menos do mesmo tamanho em toda a peça. Quando a lâmina é mergulhada horizontalmente na água, o fio, exposto ao choque térmico, vai ter uma diminuição de grão mais rápida que o dorso, protegido pela massa refratária.  A diferença de velocidade de resfriamento faz com que a parte que está protegida pela massa refratária endureça menos e depois que a parte do fio. Esta súbita mudança de temperatura contrai o dorso e expande o fio fazendo com que a lâmina forme um suave arco.

AÇO MANGANÊS - AÇO HADFIELD

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Inventado por Sir Robert Abbott Hadfield, em 1882. Esta liga de aço é tão dura que a perfuração e corte para formar novas peças é quase impossível. Mesmo com ponta de diamante, as brocas de perfuração têm muita dificuldade para realizar esta tarefa, e se a liga foi curada através do aquecimento, torna-se mais forte do que o aço carbono.  Corte a plasma é uma das poucas maneiras para cortar este aço.  Contém cerca de 11% e pode variar até 15% no que tange a adição de manganês na composição do aço.  Ao se adicionar este mineral na composição de uma liga de aço, diversas propriedades são adquiridas e são únicas quando comparadas com outras ligas. Resistência ao magnetismo, resistência à abrasão, durabilidade e dureza extrema que se torna ainda maior na superfície, sem que haja um aumento na fragilidade do material.

AÇOS: 5160 - 52100 - 1095 - 440 C

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5160 – tem em sua composição 0,60% de Carbono, 0,80% de Cromo, 0,80% de Silício de 0,60% de manganês. Fácil de forjar e fazer o tratamento térmico. Aceita muito bem a têmpera seletiva. 52100 – Tem em sua composição 1,15% de carbono, 1,5% de Cromo, 0,80% de Silício, 0,60% de manganês. Apesar de não ser tão macio na forja, tem uma excelente retenção de corte, aceita têmpera seletiva. 1095 – Tem em sua composição 0,95% de Carbono, 0,8% de manganês e 0,06% de enxofre. Sua dureza ideal está entre 50/57 Rockwell C. Aceita têmpera seletiva. 440C – Composição de 1,2% de Carbono, 18% de Cromo, 0,75% de Molibdênio, 1% de manganês e 1% de Silício. Aço inox de facil polimento, tem excelente retenção de fio. Para que su têmpera seja boa a lâmina deve ser temperada integralmente.

MADEIRA ESTABILIZADA By Felipe Fadigatti

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Estabilização é a aplicação de  resina em madeiras que estão com sua integridade comprometida. Normalmente usado em madeiras, mas pode ser usado em inúmeros materiais.  Os SPALTED por exemplo, muito usado aqui no Brasil devido sua abundância, são madeiras "FUNGADAS" que se tornam porosas e frágeis, perdendo sua estrutura. Quando se faz o processo de estabilização e ela ganha novas características.Esta madeira "podre" absorve resina e fica super resistente. O processo de estabilização é longo e caro, principalmente no que tange ao conhecimento do processo.  A estabilização é efetuada em peças de madeira com teor de umidade inferior a 10%. A madeira é colocada numa câmara de vácuo com resina suficiente para que fique afundada. Devido a pressão negativa a resina penetra na madeira ocupando os bolsões de ar por toda estrutura. Mas qual é a vantagem?  Ela vai ganhar força mecânica, se torna inerte a temperaturas, não vai proliferar bactérias, ganha brilho e s

GUIA DE LIMA

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LIMITAÇÃO DO RICASSO UTILIZANDO ESMERILHADEIRA

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ABNT - CLASSIFICAÇÁO DOS AÇOS

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Os aços-carbono e os baixa liga, são conhecidos comercialmente por uma  classificação normalizada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).  Esta classificação também leva em consideração o percentual de  C assim como a presença de outros elementos de liga.  A classificação ABNT para aços carbono e aços baixa liga é dada da seguinte maneira:    Y¹   Y²   XX Y1 – O primeiro algarismo diz respeito a classe dos aços. Y2 – O segundo algarismo se refere à quantidade de elementos de liga, ou o número da liga. O valor apresentado por este algarismo não indica diretamente a quantidade ou o tipo de elemento de liga que o aço possui.  Para se saber o que representa este valor é necessário consultar uma tabela específica.  XX – Os dois últimos algarismos referem-se ao percentual de carbono multiplicado por 100. Eventualmente é possível ter três algarismos, caso o %C seja igual ou maior que 1,0%. As principais classes dos aços são mostradas na tabela abaixo:

SKINNERS E NESSMUCKS

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São as facas desenvolvidas especialmente para courear.  Caçadores mais requintados coreiam com uma skinner e esquartejam com uma hunter.  CARACTERÍSTICAS: 1. Geometria de fio bastante aguda, preferencialmente com desbaste full flat. 2. Ponta rombuda (vista lateralmente), com cucuruto (aquela elevação após a ponta, parecida com a cabeça de uma baleia beluga - serve para abrir o ventre de uma caça, com o fio virado para cima, sem que a faca perfure a carcaça e consequentemente a glândula que estraga toda a carne). 3. Cabo que proporcione excelente ergonomia nas mais diversas empunhaduras 4. Laminas entre 4 e 7 polegadas de comprimento. 5. Podem ou não ter guarda, passador de fiel e finger grip no dorso. 6. Não devem ter falso-fio.

HUNTERS

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São as facas utilizadas para tudo o que se refere a courear e esquartejar uma caça. São as faz tudo, aquelas projetadas para trabalhar bem em todas as etapas de trabalho de uma carcaça. CARACTERÍSTICAS: 1. Geometria de fio bastante aguda, preferencialmente com desbaste full flat. 2. Ponta aguda. 3. Cabo que proporcione excelente ergonomia nas mais diversas empunhaduras. 4. Laminas entre 4 e 8 polegadas de comprimento. 5. Podem ou não ter falso-fio, guarda, passador de fiel e finger grip no dorso.

FACA DE ESTOCAR OU ESPADA DE CAÇA

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São projetadas para matar o animal, como por exemplo as facas de estocar javali que são usadas no sul do Brasil.  CARACTERÍSTICAS: 1. Ponta bastante aguda mas com bastante resistência mecânica. Não uma ponta cortante (com fio) mas uma ponta perfurante. A melhor sugestão é uma drop point ou spear point que são agudas, mas fortes. 2. Geometria de fio aguda. 3. Cabo que confira segurança e conforto ao estocar, independentemente de conforto em outras empunhaduras. 4. Lâminas acima de 8 polegadas, podendo ter fuller, que confere grande resistência mecânica. 5. Devem ter falso-fio pois ele otimiza a perfuração; 6. Podem ter guarda, pois limita o contato entre a mão do caçador e a caça.

TEMPERABILIDADE

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É um conceito importante e consiste na capacidade do aço ser endurecido após ser resfriado rapidamente e isto depende da composição química. Por exemplo: aços com baixos teores de carbono e de outros elementos podem ser  temperados em salmoura.. RESFRIAMENTO NA TÊMPERA Dois fatores influenciam a velocidade que o aço esfria: 1)-Velocidade de extração do calor na superfície da peça, isto é função do meio de têmpera selecionado. 2)-Transmissão de calor por condução dentro da peça. Isto é influenciado pela geometria da peça, dimensões e forma. Em função disso podem se formar diferentes microestruturas na superfície e no interior da peças. REVENIMENTO Em decorrência da têmpera, as tensões residuais são fortes e a ductilidade e a tenacidade são muito baixas para permitir seu uso na maioria das aplicações, sendo necessária a realização do revenimento que altera a microestrutura e alivia as tensões da têmpera.

GEORGE WASHINGTON SEARS - O NESSMUK

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Não se sabe se a criação da faca é dele, na verdade não há qualquer prova de que esta lâmina tenha existido realmente, mas Sears era conhecido por encomendar lâminas de acordo com suas especificações, como é o caso de sua machadinha.   Ela foi encomendada a um fabricante de materiais cirúrgicos de Nova Iorque, e é possível que a faca tenha sido encomendada a este também. Seja como for, a faca Nessmuk hoje é reproduzida por uma infinidade de cuteleiros pelo mundo, e alguns dizem que sua geometria a torna boa para uso até mesmo nas tarefas de cozinha, devido à curvatura.

ALTO-FORNO

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O alto-forno é um equipamento destinado a produzir ferro gusa em estado líquido a uma temperatura  em torno de 1500 ºC, com a qualidade e em quantidade necessárias para o  bom andamento dos processos produtivos subseqüentes.  Para isso, o alto-forno utiliza como matérias-primas básicas a carga metálica (sinter, pelotas e minério granulado) o combustível sólido (coque ou carvão vegetal), além de fundentes (calcário).  O alto-forno é considerado o reator mais complexo da metalurgia. No seu interior ocorrem centenas de reações e estão presentes os três estados da matéria: sólidos, líquidos e gases. No reator ocorrem grandes variações de temperatura, desde 2000ºC, na zona em frente às ventaneiras, onde ocorre a queima do coque, até cerca de 150 ºC, na região superior, onde os gases da reação deixam o forno.  A Figura acima mostra um desenho esquemático de um alto-forno. Na parte superior do alto-forno se faz o carregamento da carga sólida, ou seja, minério de ferro (sinter, pel