AÇO WOOTZ
A metalurgia do ferro disseminou-se a partir do Oriente Próximo para as regiões vizinhas e, mais tarde, por volta de 1100 a. C., para a Europa, na Grécia e para o Chipre, daí se espalhando pelo restante do
continente. Mas um grande choque tecnológico estava ainda por vir para o Ocidente.Trazido pelos árabes, séculos depois, o aço Damasco revolucionou a metalurgia.
O aço Damasco é uma liga de aço fundido contendo entre 1,2 e
2% de carbono e, apesar dos achados arqueológicos mais antigos desse material datarem do início da era cristã, acredita-se que ele já existia desde a época de Alexandre Magno, no século 320 a.C.
Sua fama deve-se à sua beleza e à capacidade de agregar duas qualidades fundamentais a uma lâmina, alta dureza e tenacidade. Apesar de muitos estudos, sua origem até hoje é discutida.
Ao que tudo indica, teria sido na Índia onde se deu início à
produção de aço Damasco.
Utilizava-se o Wootz, que era um lingote de aço produzido a partir da esponja de ferro obtida no forno e depois purificada a malho numa bigorna até a formação de um lingote de ferro puro. Este era acondicionado com pó de carvão vegetal em um cadinho fechado
hermeticamente com argila e levado ao forno novamente para a
carbonetação em fusão completa ou parcial.
A partir desse lingote carbonetado é que eram, enfim, forjadas as espadas de Damasco. O forjamento e o tratamento térmico eram as etapas mais complexas e que
requeriam muita habilidade por parte dos ferreiros.
O alto teor de carbono tornava o aço frágil e sua deformação pelo forjamento era restrita a um intervalo de temperatura entre 650 e 850ºC. Esse controle era realizado de forma empírica, baseando-se pelo espectro da coloração do aço rubro, e por este motivo é que as forjarias, desde aquela época e até hoje, estabelecem-se em ambientes escuros.
Após o forjamento, a lâmina era finalmente endurecida por resfriamento ao ar, em líquidos ou em água. Conforme o meio de resfriamento utilizado, a estrutura das lâminas poderia variar entre perlita, bainita e martensita.
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