LEGIÃO ROMANA
Pela força de seus exércitos, Roma conquistou um vasto império, onde o destino das batalhas era decidido por meio do combate corpo-a-corpo. O soldado romano pôde mostrar sua superioridade sobre seus oponentes graças a uma preparação intensiva com o objetivo de desenvolver suas qualidades físicas, táticas e psicológicas.
O legionário tinha que apresentar uma boa conformação geral, boa saúde, boa visão e se aproximar do tamanho ideal de 1,78 metros, mas altura elevada não era uma necessidade absoluta.
ARMAS
Com um armamento defensivo que consistia em armadura, capacete e escudo e de um armamento ofensivo compreendendo espada, adaga e lança, o legionário também carregava sua bagagem (sarcinae) representada por suas provisões de boca, utensílios de cozinha, tais como a panela-marmita, espeto, material de abate e equipamentos de terraplenagem: machado, serra, pá. Todo o conjunto pesando junto com o armamento, entre 35 e 45kg.
Daí o nome de mula de Mário que havia sido dado a esses soldados durante a campanha contra os cimbros e os teutões na Provença (102 a.C.). Para conseguir andar com tal peso, tinham um treinamento rigoroso que desenvolvia não apenas a destreza, mas também a resistência e o vigor. César aumentou a velocidade de suas tropas reduzindo a carga transportada para vinte quilos, o que lhe permitiu escolher com mais frequência os campos de batalha.
ATIVIDADES DO LEGIONÁRIOS
O legionário primeiro aprendia a marchar longas distâncias. A cada dez dias ele efetuava um teste de marcha de trinta quilômetros com todos os equipamentos de campanha. Também praticava exercícios atléticos como correr, saltar, arremessar dardos ou simplesmente pedras, além de outras atividades como a luta, a natação e equitação.
Para a preparação de combate, o recém engajado se dedicava duas vezes por dia ao manejo das armas com um escudo de vime e uma espada de madeira e também arremessava dardos pesados. Finalmente integrado em um grupo de combate, ele se exercitava para lutar com armas reais. Mais tarde, aprendia o uso das máquinas de guerra e as manobras táticas da legião.
Com ou sem bagagem, o legionário percorria distâncias consideráveis para monitorar o território e as fronteiras do Império. Dois passos de marcha foram adotados: o passo curto e o passo longo, mais rápido, destinados aos percursos feitos nas estradas. O legionário normalmente viajava cerca de 25km por dia, mas poderia percorrer, durante as marchas forçadas, distâncias superiores. O exército de César fez na terra dos suessiões uma marcha de 74 km, realizada sem bagagem em 24 horas, com um descanso de 3 horas.
No final do percurso, restava ainda aos legionários estabelecer o entrincheiramento do acampamento provisório ou acampamento de marcha, para passar a noite, com a escavação de valas e construção de paliçadas, trabalho para o qual devem ser adicionadas as várias tarefas (água, madeira, cozinha etc.)
A ALIMENTAÇÃO DO LEGIONÁRIO
O trigo constituía o alimento básico do mundo romano. A intendência fornecia aos soldados trigo em grão, às vezes moído ou assado, carne fresca, salgada ou seca, azeite de oliva, sal e vinho de baixa qualidade que misturado com água formava uma bebida chamada posca, bebida ácida, que poderia melhorar o mau gosto eventual da água potável.
Na primeira metade do século 1 aC, o legionário romano consumia entre 1000 e 1500 g por dia de alimento feito à base de trigo, na forma de papas grossas (puls), de torta, pão ou biscoito. A ração matinal (prandium) compreendia 850g de trigo, 100g de bacon, 30g de queijo e 1/2 litro de vinho.
Comentários
Postar um comentário