O COURO DAS BAINHAS DAS FACAS
A indústria do curtume representa muitos perigos para o meio ambiente. A maior ameaça ambiental envolve o despejo de lixo sólido e líquido, que contêm restos de cromo e outros componentes prejudiciais.
Como regra geral, curtir uma tonelada de couro costuma resultar de 20 a 80 m³ de água com concentrações de cromo de 250 mg/L e concentração de sulfeto de mais ou menos 500 mg/L.
A parte mais perigosa do curtume moderno é o cromo. Quando inalado, o cromo age no pulmão como irritante e cancerígeno, afetando o sistema respiratório superior, obstruindo a passagem do ar e aumentando as chances de câncer no pulmão, na cavidade nasal e nos seios paranasais do rosto.
O cromo normalmente é inalado como um pó de partículas finas, produzido quando os couros crus e curtidos são lustrados, amaciados e cortados. O cromo está ligado ao aumento em casos de asma, bronquite, pólipos do trato respiratório superior, faringite e no aumento de linfonodos e da região da raiz do pulmão.
O cromo hexavalente é elemento cromo no estado de oxidação +6, uma forma puramente manufaturada do minério, que não é encontrada na natureza e é inerentemente mais instável do que o estado natural de oxidação, +3. Antes comum em toda indústria de curtume e na indústria automotiva, o cromo foi classificado como cancerígeno aos humanos pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), pela IARC e pela Organização Mundial da Saúde.
Existem vários métodos de curtimento, que dão formas e utilidades diferentes ao couro.
CURTIMENTO VEGETAL: utiliza taninos encontrados em vegetais, cascas de árvore e outras fontes naturais derivadas de plantas. Este método produz um couro macio e marrom, que é ideal para ser entalhado e estampado, mas é muito instável na água. Quando banhado em água quente, o couro curtido em vegetais irá encolher e endurecer bastante. Por isso, ele já foi usado como uma forma ancestral da armadura em placas, e também para encadernar livros.
COURO CURTIDO SINTÉTICMENTE: usa polímeros sintéticos, como Novolac, Neradol e Melamina.
O processo foi inventado durante a Segunda Guerra Mundial, quando os taninos vegetais foram racionados. É fácil descobrir esse tipo de couro por sua cor branca e cremosa.
COURO CURTIDO EM ALUME: ele não é geralmente considerado “curtido” porque apodrece na água. Esse método utiliza sulfatos de alumínio misturados com agentes que dão liga naturalmente, como farinha e gemas de ovos. O alume consegue cores bem mais claras do que os curtimentos vegetais, ainda que o produto resultante seja bem menos maleável.
COURO CURTIDO EM CROMO: a forma mais popular de produzir couro hoje em dia, e uma das mais nocivas. Ele utiliza uma lama tóxica de sais de cromo e uma solução de curtimento para produzir um produto maleável e, frequentemente, de cor azul clara.
As peles preparadas são primeiro acidificadas em uma cuba de cromo até que o pH do material caia para algo entre 2,8 e 3,2. Então, elas são transferidas para uma cuba secundária, cheia de solução de curtimento. Uma vez que a solução tenha sido completamente absorvida por igual, o pH da cuba é aumentado para algo entre 3,8 e 4,2.
Isso fixa o material de curtimento ao couro em nível molecular, e ajuda a diminuir o encolhimento que ocorre quando o couro é submerso em água quente.
COURO CURTIDO EM ALDEÍDO: a principal alternativa ao curtimento que usa cromo. Aqui, em vez dele, é usado um aldeído glutárico ou oxazolidina. Tal qual o couro curtido sinteticamente o couro curtido em aldeído é branco. Ele também absorve bem a água, é macio e pode ser lavado na máquina, o que faz dele perfeito para ser usado em camurça.
Depois que acaba o curtimento propriamente dito, o couro é colocado para secar. Então, começa o processo de “encrostamento”. O couro pode ser afinado, curtido novamente e lubrificado antes de ser colorido, amaciado e cortado.
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