BREVE HISTÓRIA DO AÇO DAMASCO
elas podem ter sido usadas desde muito antes, no tempo de Alexandre o Grande (cerca de 323 A.C.). O nome atribuído a essas espadas não está ligado ao local de sua origem, mas sim ao local onde pela primeira vez foi vista pelos Europeus, na cidade de Damasco, durante as Cruzadas.
Naquele tempo (séculos 11, 12 e 13) as espadas de Damasco eram muito famosas e continuaram sendo mesmo no século 19, por seu formidável poder de corte.
Tipicamente, o aço de que eram feitas as espadas de Damasco era produzido na India, onde era conhecido por wootz.
Era comercializado como uma peça fundida, apresentava formato e tamanho igual a de um disco de
hóquei. Acredita-se que os melhores exemplares dessas espadas foram forjados na Pérsia usando o wootz da Índia, que também foi usado na fabricação de outras armas, escudos e armaduras.
Todavia, a distribuição geográfica
do wootz se espalhou,foi encontrado também na Rússia medieval, onde era chamado de bulat. Estas espadas eram muito fortes, duras o bastante para manter a borda afiada, mas resistentes o suficiente para absorver os golpes em batalhas sem se quebrar.Podiam ser reconhecidas pela sua estrutura superficial característica, causada pelos cristais de cementita Fe3C.
Acredita-se que o wootz era produzido adicionando-se carvão ao minério de ferro, aquecendo esta mistura por um longo tempo, de 12 a 14 dias a uma temperatura insuficiente para que o ferro fundisse. O resultado era um
lingote com cerca de 1 a 2, 0% em massa de C. Tipicamente os lingotes eram feitos em dimensões de 2 cm de espessura e diâmetro entre 8/10 cm.
O aço produzido na Índia durante os seculos 18 e 19 geralmente era feito
a partir de areia ferruginosa, vinda de depósitos de quartzo, hematita, magnetita e laterita, minerais ricos em ferro. O aço era produzido em
fornalhas construídas geralmente com argila, com sua base enterrada no chão e apresentavam formas diferentes dependendo da região em que eram encontradas.
O combustível era sempre carvão e o material para a produção do aço
era geralmente uma mistura de cerca de 2 kg minério de ferro, 4 kg de carvão e em alguns raros casos, pedaços de conchas marinhas, com cerca de 20% do peso do minerio de ferro.
Os Indianos tiravam vantagem do fato de que apesar do alto ponto de fusão do ferro (1540◦C), o óxido de ferro pode ser reduzido a metal
a uma temperatura de 800◦C. Este ferro reduzido consistia de uma escória de ferro fundido formando uma massa porosa (ferro-esponja). Esta massa podia ser facilmente moldada e trabalhada. Entre os contaminantes do minério de ferro estava o enxofre em baixa
concentração, que dava ao metal alta resistência a corrosão.
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