A ESPADA JAPONESA - NIHONTO
Sua produção envolve perícia e controle extremos em suas diversas etapas, incluindo forja, tratamentos termomecânicos, acabamento su-
perficial, etc. Cada uma destas etapas requeria alto grau de especialização.
As primeiras técnicas de produção de espadas do Japão vieram provavelmente da China por volta do séc. IV ou V. A técnica, trazida do continente, consistia em aquecer, forjar, caldear e dobrar repetidas vezes pilhas de camadas alternadas de ferro puro e ferro fundido, de maneira a se obter um material
de composição intermediária entre os dois.
A região de corte da lâmina era endurecida por tratamento térmico seletivo. Ao longo dos séculos, os japoneses desenvolveram e refinaram uma técnica própria, que atingiu seu zênite no séc. XVII. Esta, em linhas gerais, consiste em montar a espada com diferentes materiais, em função da região da lâmina.
A alma da lâmina era feita de material dútil, aço baixo
carbono, conhecido como shingane. A superfície da lâmina e a região do corte que envolvem o centro dútil é chamado de kawagane O primeiro, podia ser feito forjando, dobrando, caldeando e voltando a forjar repetidas vezes até que o material estivesse praticamente homogêneo em decorrência da quantidade de dobramentos consecutivos e com baixo teor de carbono.
O segundo, que compõe a região
externa, também é produzido por sucessivos ciclos de forjamento e dobra, entretanto, o número de repetições é menor para minimizar sua descarbonetação. Este menor número de dobras gera camadas mais grossas com composição alternada, o que produz padrões visuais sob ataque químico adequado.
Uma estrutura martensitica compõe a região do corte. Para produzí-la, uma argila refratária é utilizada para recobrir as regiões da superfície da lâmina onde não se deseja endurecer, mantendo o fio e as regiões adjacentes descobertos.
Em seguida,a lâmina é austenitizada e temperada. Os locais descobertos sofrem transformação martensitica, endurecendo drasticamente a região de corte da espada.
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