AUSTENITIZAÇÃO

A formação da austenita é um processo relativamente simples, ocorrendo por nucleação e crescimento à temperatura acima da crítica, sendo esta chamada de temperatura de austenitização.

A temperatura de austenitização, em princípio, uma temperatura de 50°C acima do limite superior da zona crítica (linha A3 para aços hipoeutetóides e A1 para os hipereutetóides) é adequada para austenitização. Entretanto, quanto maior for a temperatura de austenitização, tanto mais homogênea será a austenita. Quanto mais heterogênea a austenita maiores chances de nucleação de carbonetos em regiões de teor de carbono mais alto ou de crescimento de carbonetos não dissolvidos em vez das estruturas perlíticas-lamelares, que ocorrem com mais facilidade a partir da austenita homogênea.

Consequentemente, deve-se preferir temperaturas de austenitização mais altas quando se deseja estrutura perlítica e mais baixas quando se deseja estrutura esferoidizada. Quanto mais próximo da temperatura A1 a austenita se transformar, tanto mais grosseira será, em princípio a estrutura, quer perlítica, quer esferoidal. Entretanto, analisando-se as curvas TTT, observa-se que o tempo necessário para transformação completa em altas temperaturas é longo. Assim, para obter-se a estrutura de menor dureza, deve-se em geral austenitizar a menos de 50°C acima da temperatura crítica A3 e transformar a menos de 50°C abaixo da temperatura A1. Em casos em que o tempo de transformação for excessivo nesta temperatura, pode-se transformar parcialmente a alta temperatura seguido do restante de transformação a temperatura mais baixa. Há, portanto duas possibilidades na transformação da austenita:

a) transformação isotérmica, ou

b) resfriamento contínuo, normalmente no interior do forno desligado ou em meios isolantes que permitam obter-se as taxas de resfriamento necessário para o tratamento.