CLASSIFICAÇÃO DO AÇO DAMASCO
Durante toda a Idade Média e provavelmente desde a Antiguidade, diversos estudiosos dedicaram-se a estudar a grande variedade de lâminas de aço de Damasco, surgindo diversos sistemas de classificação.
Cada classificação leva em
consideração critérios que, embora diferentes, giram basicamente em torno de quatro características:
COR.
GEOMETRIA DOS PADRÕES VISÍVEIS NA SUPERFÍCIE DA LÂMINA.
LUGAR DE MANUFATURA.
PROCESSO DE FABRICAÇÃO.
As lâminas mais conhecidas são:
TABAN-KARA TABAN-KHORASSAN
KARA KHORASSAN-GUNDY-KONN GUNDY-NEURIS-SHAM.
Segundo as cores e padrões, uma classificação aceita é:
1) - DAMASCOS NEGROS E BRILHANTES. Exemplos: Kara Khorassan Negros de Khorassan e Kara Taban.
3) - DAMASCOS CINZAS – menos brilhantes que os negros. Entre eles encontramos as variedades: Sham e as valiosas Kirk Narduban, também conhecidas como escada de Maomé ou escada do profeta.
Há especialistas que avaliam as lâminas em função dessas cores e pelo contraste claro escuro dos padrões, assim como pelos próprios padrões. Seguindo esses critérios de valor, os Khorassan, Kara
Khorassan, Taban e Kara Taban são os mais apreciados. Por outro lado, os menos apreciados são os da variedade Sham.
Outra classificação divide as espadas em cinco grupos baseados nos padrões de seus desenhos. No entanto, estas classificações baseadas em formato dos desenhos e cores ou tons, tornam-se pouco precisas quando os desenhos não se encaixam perfeitamente nos padrões adotados.
Outra classificação cujo critério é o processo metalúrgico de fabricação:
1) - Damasco genuíno com desenho visível. Este tipo de aço apresenta os padrões visíveis em sua superfície. É produzido a partir de um único lingote e possui teor de
carbono tipicamente entre 1 – 2%. As faixas, visíveis a olho nu, são resultado do contraste entre cementita e ferrita, que por sua vez surgem após longo e complexo processamento termomecânico.
2) - Damasco genuíno sem desenhos visíveis Este tipo lâminas possui processamento e propriedades mecânicas similares ao primeiro, quando não melhores. Sua microestrutura mais refinada não permite a formação de padrão macroscópico na superfície da espada.
3) - Falso Damasco ou damasco caldeado. Estas lâminas são produzidas a partir de sobreposição mecânica de placas ou arames de ferro com alto e baixo teores de
carbono alternados. A técnica de se formar lâminas compostas era conhecida na Europa desde antes da era cristã e permitia obterem-se espadas de melhor desempenho. Uma lâmina podia, por exemplo, possuir alma de aço com baixo teor de carbono e a região do corte composta de outro aço com alto teor de carbono, conferindo à lâmina tenacidade na alma e dureza no fio.
O desenvolvimento das técnicas de forjamento, habilitaram os ferreiros medievais a desenvolverem lâminas com padrão superficial cada vez mais complexo, semelhantes ao do padrão damasceno autêntico, principalmente à partir do período merovíngio, possivelmente na tentativa de se replicar as espadas com padrão de damasco genuíno.
Sua aparência superficial pode ser muito semelhante ao autêntico. Devido às propriedades mecânicas excepcionais e renome do aço de Damasco genuíno, é possível que este tenha inspirado seu irmão, que é feito por caldeamento, no intuito de replicar suas características.
O damasco soldado acabou tendo seu desenvolvimento próprio e após séculos, uma rica variedade de tipos foi produzida, tendo atingido alto grau de refinamento na Europa.
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