ETAPAS DO REVENIMENTO
Dependendo da temperatura, o revenimento apresentará aspectos diferentes, ocorrendo o seguinte:
*REVENIMENTO ABAIXO DE 120ºC: a martensita, saturada de carbono, começa a liberar esse elemento na forma de carbonetos complexos (Fe12C5) progressivamente. Ocorre somente um distencionamento da martensita, e não um revenimento propriamente dito. O aspecto
metalográfico praticamente não muda.
*REVENIMENTO ENTRE 120/250ºC: esta é a zona para o revenimento de alta resistência ao corte. A medida que a temperatura aumenta as tensões internas diminuem o que melhora a resistencia ao choque, começa o aparecimento de microestrutura de martensita revenida e a dureza em aços comuns é da ordem de 65 – 60 HRc.
*REVENIMENTO ENTRE 250/300ºC: zona de resistência ao choque e menor dureza. As tensões
internas diminuem mais ainda pois nesta fase começa a surgir uma microestrutura mesclada de
martensita e troostita, a dureza cai para 50 – 60 HRc.
*REVENIMENTO ENTRE 300/400ºC: zona de melhor resistencia ao choque. A recuperação da
microestrutura metaestável promove elevada resistência ao choque e impactos, pois, com dureza na ordem de 35- 50 HRc, é otima para aplicações de matrizes de estampos, punções, molas, etc. A microestrutura de trostita com sorbita, apresenta ao microscópio revelação mais escura.
*REVENIMENTO ENTRE 400/600ºC: zona de aumento significativo de ductubilidade e menor dureza. Nesta faixa de temperatura ocorre a diminuição rápida da dureza, pois, a microestrutura predominante de sorbita com esferoidita deixa o material com tensões internas bem
diminuidas. A dureza situa-se entre 15/35 Hrc.
*REVENIMENTO ENTRE 600/700ºC: praticamente só existe esferoidita, pois, a dureza é comparada a de um material nornalizado. A temperatura de revenimento pode ser escohida de acordo com a combinação das propriedades mecânicas que se deseja de aço temperado.
EFEITO DO TEMPO NO REVENIMENTO
Na operação de revenido, importa não só a temperatura do tratamento como também o tempo de permanência na temperatura considerada. A influência maior verifica-se no início, diminuindo com intervalos de tempo maiores. Revenido é um processo que ocorre por difusão e portanto o tempo tem função importante. Dependendo da massa da peça, uma vez fixada a temperatura de revenido, o tempo terá que ser suficiente para que a peça seja revenida adequadamente.
Na prática podemos utilizar o seguinte critério: tempo mínimo de 2 hr para seções de até uma polegada. Para cada polegada a mais acrescenta-se 1 hora. Para peças de pequena espessura (menores que 1 polegada), desde que o equipamento e a quantidade de peças permitam, este tempo de revenido pode baixar para 1 hora.
FRAGILIDADE DO REVENIMENTO
Ocorre em determinados tipos de aços quando são revenidos entre 375 a 475ºC, ou quando resfriados lentamente nessa faixa de temperatura. A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470 a 475ºC e só e detectada pelo ensaio de impacto.
Aços de baixa liga e aços que contêm quantidades apreciáveis de níquel, manganês, cromo, antimônio, fósforo e enxofre, são os mais suscetíveis a fragilidade de revenido, sendo o antimônio o mais nocivo de todos. Os aços que contêm cromo e níquel são os mais suscetíveis, e para minimizar esse efeito, o teor de fósforo deverá ser mais baixo que os teores dos aços comuns (abaixo de 0,02%).
Fontes consultadas:
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7. ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2006.
Comentários
Postar um comentário