PRODUZINDO O VERDADEIRO AÇO DAMASCO

Este experimento fundamentou-se, principalmente, em experiências 
detalhadas descritas por Laura Garcia Sanchez (SANCHEZ, 2011) e O. Sherby (SHERBY, 1980, 2001).

Atmosfera inerte foi utilizada de forma a impedir a oxidação do metal, a carga consistia apenas em placas de ferro e carbono grafite.
O aquecimento foi lento, controlado por pirômetro óptico, levando cerca 1 hora para atingir perto de 1400°C.
Constatada a fusão da carga, o forno foi desligado. O resfriamento lento tinha por alvo produzir uma microestrutura de grandes grãos com presença maciça de cementita nos contornos. 

Era esperada também, a presença de cementita de widmanstatten no interior dos grãos. As micrografias abaixo revelam que a microestrutura prevista foi obtida. Além disso, a 
análise química revelou que o teor de carbono obtido foi de 1,64%, 
totalmente compatível com o encontrado nas lâminas de Damasco medievais.

Em seguida, o material foi submetido ao tratamento de austenitização a 1150°C por 5 horas, seguido de lento resfriamento. O propósito era dissolver toda a cementita na austenita para, em seguida, permitir que precipitasse exclusivamente nos contornos de grão. Este tratamento é fundamental pois é exatamente esta cementita que, após a fragmentação imposta pelo forjamento, formará as bandas que produzem o padrão damasco.

O último tratamento térmico anterior ao forjamento foi um recozimento a 800°C que produziu uma camada descarburada dútil no lingote.
Após uma série de ciclos de forjamento entre 650 e 750°C, obteve-se o padrão de damasco.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TRANSFORMAÇÕES DO FERRO FERRO ALFA α - GAMA γ - DELTA δ

LIMAS: TIPOS - CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO ABNT DOS AÇOS INOX