Reflexão sobre o Aço das Armas de Guerra - by Jordan Augusto

Vista como símbolo mágico por várias culturas, a espada representa mais do que um simples objeto cortante ou uma obra de arte.

Quem nunca se impressionou com cenas de batalhas? Principalmente as medievais, onde os exércitos, formados por clãs e tribos, decidiam suas pendengas sob o fio de suas espadas?

 Sem dúvida alguma, o ferro é provavelmente o mais precioso dos metais, uma vez que o homem civilizado sentiria a sua falta mais do que de qualquer outro metal.

No princípio do século XIV, quando o ferro era escasso, alguns utensílios de cozinha da casa de Eduardo III foram classificados como jóias; e acessórios de ferro estavam entre os objetos mais cobiçados pelos saqueadores.

 O nome "ferro" deriva do latim "ferrum", enquanto o anglo-saxônico "iron" tem origem no escandinavo "iarn". Muitas histórias fabulosas se contaram ao longo dos séculos, descrevendo como o ferro meteórico caía na Terra, enviado dos céus, como uma dádiva dos deuses ao Homem.

Não é, no entanto, necessária nenhuma explicação romântica para a descoberta do ferro se atendermos à facilidade com que se reduz o ferro a partir dos seus minérios.

Dizem que o primeiro ferro produzido foi obra do acaso, quando pedaços de minério de ferro foram usados em vez de pedras nas fogueiras nos banquetes, onde o fogo era mantido tempo suficiente para permitir a redução. 

Seguiu-se a observação que as mais altas temperaturas obtidas, quando o vento soprava, produziam um melhor material. Tentou-se então conseguir, através de várias artimanhas, uma rajada de vento artificial, até se conseguir criar uma fornalha de fundição.

Desde tempos pré-históricos os utensílios de ferro tem sido usados: descobriram alguns em explorações arqueológicas na pirâmide de Gizé, no Egito, que têm provavelmente 5.000 anos de idade. Na China, julga-se que a utilização do aço remonta a 2.550 a.C.. 

Também nos é indicado pelos poetas védicos que os seus antepassados pré-históricos possuíam o ferro, e que os seus artesãos já tinham adquirido a técnica na transformação de ferro em utensílios.

Os objetos antigos de ferro são bem menos freqüentes que os de bronze, os arqueólogos posicionaram a chamada Idade do Bronze antes da Idade do Ferro. De fato, o bronze é mais facilmente extraído e trabalhado do que o ferro, pensando os arqueólogos que deixou de ser o utensílio e a arma dominante das civilizações cerca de 500 a.C.. A escassez do cobre e a abundância do ferro levou o povo hindu a desenvolver técnicas de trabalho deste metal, que mais viriam a ser transmitidas à Europa, onde se salientaram os Etruscos do norte da Itália.

Pouco tempo depois da queda do Império Romano, a produção do ferro desenvolveu-se bastante na Espanha, tornando-se famosas as lâminas de aço de Toledo e seus artesãos. Estes iriam para a França e Alemanha onde introduziram a sua peculiar forja catalã, cujo desenvolvimento viria a originar as grandes fornalhas de fundição.

Os produtos da forja catalã eram ou uma espécie de ferro maleável ou aço; as grandes fornalhas produziam uma variedade de ferro que não podia ser forjado ou temperado, embora fosse adequado para todos os tipos de moldagem de resistência moderada.

 A descoberta, por Cort, de um processo de transformação deste tipo de ferro em ferro forjado, com custos de produção consideravelmente mais baixos que os possíveis com a forja Catalã, deu um grande ímpeto à produção de ferro na Inglaterra.

Os principais minérios de ferro são a hematita (Fe2O3), a magnetita (Fe3O4), a limonita (Fe2O3.H2O) e a siderita (FeCO3). Os compostos de ferro mais vulgares na Natureza são a pirita (FeS2) e a ilmenita (FeO.TiO2), mas não são adequado para a extração do metal.Os maiores depósitos deste metal situam-se nos EUA, na região fronteiriça Franco-Germânica, na Grã-Bretanha, na Áustria, na Suécia, e a Rússia. Outros importantes produtores de ferro são o Brasil, o Chile, Cuba, Venezuela e Canadá.

Este elemento aparece ainda como constituinte subsidiário em quase todas as rochas, bem como nos seres vivos, vegetais e animais. Encontra-se ainda em águas naturais, às vezes em quantidade apreciável.

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