FERRO e FOGO

A Alpaca é uma liga utilizada na confecção de guardas, calços e pomos de facas,canivetes, espadas, etc, bem como em bainhas, bocais e ponteiras, muito usada no século 19 Apresenta a mesma cor da prata e, com o tempo fica levemente amarelada, adquirindo pátina. Inventada na Alemanha por volta de 1810 por E. A. Geitner, mediante a combinação de cobre (50%), zinco (25%) e níquel (25%).

O âmbar é a seiva ou resina fossilizada de pinheiros pré-históricos, de cor amarela ou laranja translúcida e boa dureza. O cuteleiro americano D'Alton Holder usou o âmbar em algumas de suas criações, entre elas seu mais famoso modelo denominado My Knife.

A baioneta é o conjunto de lâmina e empunhadura, nas mais diferentes configurações e tamanhos, afiado ou não, próprio para ser acoplado na extremidade de fuzis militares. Surgiram no final do século 16 na cidade de Bayonne, sul da França. Nos primeiros tipos: plug bayonet - baioneta-tampão, a empunhadura se inseria no cano; posteriormente surgiram tipos que se acoplavam abaixo ou na lateral do cano.  A partir de 1880, iniciaram-se projetos para que a baioneta tivesse também a função de faca de trincheira, o que é o uso atual e a tendência futura.

Picazo é a designação original argentina para bainhas de facas gaúchas com o corpo em couro negro, bocal e ponteira, por vezes, reforço intermediário em prata.  A designação vem do nome popular que nos Pampas Gauchos se dá ao cavalo com pelagem escura e áreas brancas nas extremidades. Esta teria sido o primeiro tipo de bainha das facas gaúchas. No Brasil, bainhas desse tipo são extremamente raras.

Este foi o nome regional do Sul e Sudeste dos EUA no século 19 para Bowies de grandes dimensões.  Na época, referia-se mais àquelas que tinham lâmina spear point e com duplo fio, embora fabricantes ingleses do período chegassem a fabricar clip points. Essa designação atravessou todo o século 20 e ainda é usada para definir uma Bowie grande atual, principalmente se sua lâmina for spear point.

Fazemos o billet com 2 camadas de inox e uma de carbono. Vamos usar aço inox 420 e aço carbono 1070 ou 5160. Lixe e limpe cuidadosamente as peças, desengordure com álcool ou acetona. Monte o billet e solde com cuidado, use solda tig ou solda elétrica. O caldeamento ocorre a temperaturas muito altas, cerca de 1200 graus. Não é necessário usar bórax. O caldeamento pode ser feito por martelamento ou prensa.  A faca produzida desse billet será feita por desbaste. Mas antes é preciso recozer o material, que sai do caldeamento temperado. Como o inox requer temperaturas de endurecimento altas, de 950 a 1100 graus, é preciso recozê-lo nesta temperatura, isto deve ser feito num forno com ajuste de temperatura controlada. Sem isso fica muito difícil trabalhar o material. O processo de caldeamento deixa marcas no inox que deverão ser retiradas numa pré-usinagem. É importante lembrar que ao usar o forno para temperar a lâmina, esta ficará integralmente dura, inclusive a espiga. Faça os

Atenção: Não retire a pátina da prata ou da lâmina das facas antigas, isto desvaloriza o ítem. A pasta de dentes misturada com bicarbonato de sódio é um dos  macetes mais antigos para limpar prata, que apesar de estranho funciona.  Misture pasta de dentes branca comum com bicarbonato de sódio e um pouco d'água. Use uma escova de dentes macia para evitar arranhar. Escove as peças de prata com a mistura até retirar a oxidacão. Lave com água e sabão. Depois de secar use uma flanela ou pano macio para polir e deixar a prata brilhando.

São as facas utilizadas pelas diversas culturas humanas, também denominadas por muitos como facas nacionais dos diferentes países.O colecionismo desse tipo de faca é muito forte na Europa, onde existem coleções com mais de 300 exemplares diferentes.  No Brasil sempre existiram colecionadores dessas facas. A maioria dos colecionadores que se dedica a reunir esse tipo de faca alega, que seus acervos são os mais variados quanto às formas e períodos de tempo e essa diversidade, é o que os impulsiona a continuar.

A dureza Rockwell é simbolizada por HR (Hardness Rockwell em inglês) seguido da escala utilizada:  HRC. Este método tem como vantagens a facilidade e rapidez na execução do ensaio, pois o resultado é lido diretamente no mostrador do  equipamento. Pelo mesmo motivo, ele minimiza a influência do operador na avaliação da dureza.  O método possui boa resolução, tendo sensibilidade para verificar pequenas  variações de dureza por usar um penetrador pequeno que não inviabiliza o uso da peça depois do ensaio.  No entanto, como nada é perfeito, o método possui algumas limitaçoes. Devido ao fato do uso de penetradores pequenos é necessário realizar um número maior de testes para se ter uma média da dureza do material.

Durante a guerra fria, na década de 50, os EUA procuraram  desenvolver um bombardeiro supersônico que pudesse atingir  velocidades supersônicas de Mach 3. Velocidades desta ordem em uma aeronave, provocariam um aquecimento superficial devido ao atrito com o ar e a superfície desta aeronave atingiria temperaturas entre 250 e 300ºC.  Ligas de alumínio não poderiam ser empregadas. Isto levou ao desenvolvimento de um aço inoxidável, este aço deveria possuir elevada relação resistência/peso. Isto foi obtido pela adição de pequenas quantidades de alumínio e titânio em aços inoxidáveis contendo Ni.  Alguns protótipos desta aeronave chegaram a ser construídos, porém este projeto foi substituído pelos sistemas de mísseis, e estes tipos de aços foram utilizados apenas em aplicações específicas. Quando se fala em aços maraging, temos duas propriedades que os tornam diferentes dos aços endurecidos. A primeira é a alta resistência mecânica e a segunda é a elevada tenacidade a qualquer t

No revenimento, temperaturas altas em curto intervalo de tempo ou baixas temperaturas por longo tempo, produzirão o mesmo efeito.

1500 ° C - branco cintilante  1400 °C - branco de solda   1350 °C - branco   1300 °C - branco / amarelo claro  1250 °C - amarelo branco  1200 °C - amarelo muito claro  1150 °C - amarelo claro  1100 °C - amarelo  1050 °C - amarelo laranja  1000 °C - verm. cereja muito claro  950   °C  - vermelho-cereja claro  900   °C  - verm. cereja  800   °C  - verm. cereja escuro  700   °C  - verm. escuro avançado  550   °C  - vermelho  escuro

Os tratamentos térmicos aplicados aos aços têm a grosso modo dois objetivos principais: aumentar dureza ou diminuir dureza. No entanto, os objetivos específicos definem o tipo de tratamento térmico a ser utilizado.  Os tratamentos mais importantes, podem ser agrupados em 3 grandes grupos:  • Recozimento. • Normalização. • Têmpera. Em geral, o recozimento têm o objetivo principal de reduzir a dureza do material, a têmpera têm objetivo de aumentar a dureza enquanto que a normalização visa melhorar a tenacidade dos aços.  Os recozimentos podem ser divididos em vários tipos dependendo do seu objetivo específico: recozimento pleno, recozimento para alívio de tensões, para recristalização, de esferoidização, para homogeneização, entre outros.  As têmperas possuem também suas variações: têmpera direta, sub-zero, austêmpera e martêmpera. Já a normalização não possui variações específicas.  Pode-se notar que alguns tratamentos exigem a total austenitização do aço (tratamento acima d

O coalescimento é  um Tratamento térmico de recozimento subcrítico com a finalidade de se obterem os carbonetos na forma esferoidal, também conhecido como esferoidização. No Coalescimento utilizam-se aços hipereutetóides e aços ferramentas, que necessitem reduzir sua dureza, para poderem ser deformados plasticamente. Após reter a peça por algum tempo na TEMPERATURA SUBCRÍTICA para criar uma estrutura estável, o aço é então resfriado muito lentamente até a temperatura ambiente. Isso produz uma estrutura muito macia, de alta ductilidade criando grãos muito grandes, facilitando cortes e usinagens.   Acima fotografia de microscopia eletrônica

Sob o ponto de vista técnico, a cutelaria comercial de reputadas marcas sobrepuja a artesanal ou custom de procedência duvidosa. Isto se torna claro quando sabe-se que grandes e famosas empresas de cutelaria conseguem:  1) ter laboratórios de testes;  2) contar com os conhecimentos de designers, técnicos e até cuteleiros custom para seus modelos;  3) pesquisar, criar,desenvolver e aplicar novos e mais modernos materiais. Neste caso incluem-se, de forma honrosa, alguns modelos da famosissima empresa alemã Puma, principalmente as facas "Original Bowie" e "White Hunter" e os canivetes da série "Four Star"; o canivete Modelo 110 da norte-americana Buck. A lista completa seria muito extensa!

É produzido a partir da colisão de duas estrelas de nêutrons.  Metal de transição brilhante, amarelo, denso, maleável, dúctil, trivalente e univalente, não reage com a maioria dos produtos químicos. Encontrado em estado puro, em forma de pepitas e depósitos aluviais. O ouro exerce funções críticas em computadores, comunicações, naves espaciais, motores de reação na aviação, e em diversos outros produtos. É usado como símbolo de pureza, valor, realeza e ostentação.

  O titânio e suas ligas apresentam propriedades interessantes: baixa densidade, boa resistência mecânica à tração comparável à de muitos aços ligados, excelente resistência à corrosão pela formação de uma camada passivada de TiO2 e relativa abundância na natureza, é o nono metal mais abundante.   Seu número atômico é 22, e sua massa atômica é 47,88 u.m.a., sendo um metal de transição. Na temperatura ambiente apresenta um reticulado hexagonal que, quando puro, acima de 882 °C transforma-se num reticulado cúbico de corpo centrado. O ponto de fusão do titânio puro é 1724°C. Sua condutividade térmica é baixa, pois corresponde a apenas 93% da condutividade térmica do aço inoxidável e a 12,5 % da condutividade térmica do alumínio.  É levemente paramagnético, assim como outros metais de transição, ou seja, não é ferromagnético como o ferro-alfa.

O que ajudou a derrotar os alemães na Rússia, na Segunda Guerra Mundial, foi o rigoroso inverno russo. Imagine esta situação: um soldado alemão, enfrentando um frio muito intenso, vendo a esteira do seu blindado romper-se, sem motivo aparente, ou vendo a boca do canhão partir-se ao dar o primeiro tiro.Um fator que contribuiu para isso foi a inadequação dos materiais usados na construção das máquinas de guerra. A temperatura influencia muito a resistência de alguns materiais ao choque, ao contrário do que ocorre na resistência à tração, que não é afetada por essa característica. Pesquisadores ingleses, franceses e alemães foram os primeiros a observar esse fato e a desenvolver ensaios que permitissem avaliar o comportamento dos materiais a baixas temperaturas.

Aços quando expostos a determinadas  temperaturas (baixas), podem romper-se fragilmente e isso pode gerar uma falha catastrófica na peça ou equipamento. A temperatura onde isso acontece é chamada de temperatura de transição. É uma faixa de temperatura muito pequena onde a energia absorvida pelo material no impacto diminui muito e o mesmo rompe-se fragilmente. Quando se desconhecia isso, construíam-se embarcações que muitas vezes ao chegarem a regiões frias, perto dos polos ou durante o inverno rigoroso da América do Norte, partiam-se com os esforços aplicados. Um caso  que mostra isso é o naufrágio do Titanic. Estudos feitos no metal demonstraram que a baixa temperatura foi fator determinante no rompimento violento do casco. Se a água do mar, que estima-se estava a cerca de -1,1ºC no momento do acidente, estivesse mais quente as dimensões da tragédia seriam bem menores, pois a fratura seria menor e portanto o naufrágio mais lento. Em regiões e países muito frios, como o nor

Esta é uma bowie antiga. Admiro o design simples, utilitário, sem enfeites desnecessários. Qualquer cuteleiro do século XXI ficaria orgulhoso por ter criado esta bela faca. A faca Trapper 25 é um exemplo atual de simplicidade e design. O desenho simples e bem executado é elegante, sofisticado e não precisa de mais nada!

Antiga Bowie, com lâmina de 9 1/2 polegadas, clip point curto e empunhadura em dente de cachalote. A pequena inscrição na empunhadura não deixa dúvida quanto a procedência e a data de produção: Old Whale Hunter (Velho Caçador de Baleias) - 1859.

Esta frase tornou-se comum na fronteira após a luta de 1827 em Sandbar, na qual Jim Bowie estripou um atacante com uma grande faca. Bowie tinha levado um tiro no quadril e uma facada. Norris Wright (o cara que deu a facada), estava tentando soltar a faca do esterno de Bowie, onde estava presa, quando Bowie o estripou. A faca de Jim Bowie não era a lâmina pontiaguda familiar que conhecemos hoje.  Era uma grande faca de açougueiro, tinha 23 centímetros de comprimento, 2,5 centímetros de largura e sem clip point. Mais tarde, quanto estava envolvido em uma luta com indígenas a oeste de San Antonio, a mão de Jim escorregou pelo cabo sem guarda de sua velha faca de açougueiro e foi cortada.Isto o fez refletir sobre as deficiências de sua faca e pensar num padrão. Uma ponta aguda tornaria mais fácil esfaquear, ao mesmo tempo que mantinha o peso e a largura de uma faca de açougueiro no resto do comprimento, dando-lhe o poder de corte de um pequeno machado.  Mais importante ainda, t

É uma parte bastante  comum em facas antigas, na maioria dos casos em níquel ou prata, em diversas configurações a partir de um retângulo, destinado a abrigar as talas. Uma grande parte das estruturas de empunhadura de facas Bowie inglesas incorpora o pomo e o calço.

Bowie primitiva é a designação genérica que tanto se aplica a facas Bowie rústicas, como as produzidas por ferrreiros das fronteiras do Velho Oeste no século 19, quanto as primeirissimas originais do tipo, normalmente  adagas mediterrâneas com guarda dupla, ou com clip point reto, grande parte delas com acabamentos sofisticados, muitos dos quais utilizando prata, marfim e outros materiais nobres.

O mais clássico modelo do famoso Roberto Gaeta, a Bowie Wilkinson-Gaeta tem lâmina de 9 1/2 polegadas em aço inoxidável 440 C, desbaste "flat ground" e empunhadura em peça única de super-selecionado chifre de veado Sambar. Guarda dupla, calço e pomo também em aço inoxidável.

Esta é uma das mais antigas Bowie conhecidas, confeccionada por Daniel Searles, de Baton Rouge, Louisiana, para ser presenteada ao capitão H.W Fowler, Dragão da Cavalaria norte-americana. A inscrição no bocal da bainha diz R.P Bowie /to / H.W Fowler / USD. A data é estimada como sendo 1837. Atualmente esta faca está exposta no Museu de El Alamo, em San Antonio, Texas.

No ano do famoso Duelo de Vidália Sandbar, onde ocorre a luta que tornaria a faca e seu nome famosos, Jim Bowie estava, então, com 31 anos de idade. Em 1825, fazendo negócios e vivendo temporariamente entre os Estados de Louisiana e Mississipi, Jim Bowie projetou-se socialmente na região e principalmente na cidade de Nova Orleans.Por razões historicamente imprecisas o grupo social ao qual pertencia teve desavenças políticas com um outro, gerando uma animosidade pessoal entre ele e o major Norris Wright. A faca utilizada por ele nessa luta era de dorso reto, ainda não tendo, então, "clip point", e lhe havia sido dada pelo irmão Rezin como proteção adicional, pois Jim já havia sofrido um atentado a bala por parte do major Norris Wright e, ao tentar revidar, sua pistola falhou. Há também controvérsias se essa faca teria ou não guarda.

Pesquisas mostram que James Jim Bowie nasceu no dia10 de abril de1796 no Condado de Logan, Estado do Kentucky. Ele foi o 5º filho de um total de 6, do casal Elve e Rezin Bowie, de descendência escocesa.  Desde sua infância, Bowie foi afetivamente muito ligado ao irmão mais velho, Rezin. Era uma família de fazendeiros, de médias posses para os padrões da época, e tanto Bowie quanto o irmão Rezin desde a adolescência tiveram um espírito indomável, ambos apreciando muito a vida ao ar livre, sendo excelentes caçadores. Na idade adulta, Bowie foi um homem alto, com cerca de 1,96 m, e de forte compleição física. Enquanto o irmão Rezin tornou-se uma espécie de gerente administrativo da família, após a morte do patriarca.  Bowie foi um aventureiro por natureza. Dedicou-se à extração e comércio de madeira, tráfico de escravos e especulação de terras, esta última ocupação levando-o ao México, onde casou-se com uma nobre mexicana e morreu na célebre Batalha de Álamo, no Texas, em 6 de

Era uma faca de defesa ou caça, como se fosse um grande canivete. Algumas versões mais clássicas (inglesas, alemãs e francesas) possuiam guardas duplas e outras eram como canivetes de dimensões variadas inclusive pequenas, com lâminas de formato mais agressivo. Quando com lâminas de duplo fio eram chamadas de adagas dobráveis.

Para estilos, tipos, nomes e marcas clássicas sempre haverá lugar.  Formatos e materiais considerados clássicos numa faca  e em outros objetos sempre atraem a maioria das pessoas por um fator muito simples: seu design é conhecido, famoso, visto muitas vezes, foi testado pelo tempo, tendo provado sua eficiência e agradado muitas pessoas.  Isto explica o sucesso das facas Bowie clip point há mais de 170 anos. Este design de lâmina tão cedo não será suplantado.O clássico antigo é especialmente valorizado, pois além do design consagrado ainda traz o valor adicional de sua antiguidade.  É por essa razão que atualmente as mais caras facas de coleção do mundo são as Bowies inglesas do século 19. Designs mais modernos tornaram-se clássicos, como é o caso das facas de caça da marca norte-americana Marbles das décadas de 30 e 40 e  mais recentemente, das customs do célebre cuteleiro Bob Loveless. Assim, quando digo que é bom trabalhar em algo clássico na área da cutelaria, estou me referindo a d

FACA BOWIE FRONTIER Bowie do famoso cuteleiro norte-americano Daniel Winkler. Sua lâmina de 10 polegadas em aço damasco forjado em 3  sentidos diferentes  A empunhadura mescla chifre de veado, osso bovino e chifre de bufalo negro. Pomo e guarda também em aço damasco.As facas de Winkler valorizam dia a dia em todo o mundo. A bainha é uma pequena obra de arte da artesã Karen Shook, que atua ao lado de Winkler há anos.

Designação genérica de facas Bowie utilizadas na Guerra da Secessão (1861-1865) dos EUA. É importante notar que o termo define tanto Bowies artesanais quanto comerciais, de vários tamanhos, que foram usadas naquele conflito e não apenas as de grandes proporções, que tem a guarda em "D" unindo-se ao pomo e propiciando assim proteção para os dedos da mão. Nos últimos anos, justamente para evitar essa confusão, colecionadores norte-americanos cunharam também o têrmo "D guard Bowies" (ou "Bowies com a guarda em D"), que melhor define as desse tipo.  Normalmente, as Bowies confederadas artesanais eram bastante rústicas e até 1985 foram marginalizadas pelos colecionadores. Atualmente são das mais disputadas e  valorizadas.

O cuteleiro especializado em facas de caça foi requisitado por um jovem Tenente do exército dos EUA chamado de James H. Zacharias, ele pediu que fizesse uma faca de combate pois partiria para o front em breve. Zacharias solicitou uma pesada Bowie para ser usada em combate. Até aquele momento Randall só tinha feito facas de caça e sabia muito pouco sobre as Bowie.  Porém sua intuição lhe dizia que aquele não era o tipo de faca para um soldado. Após algumas horas desenvolvendo o modelo ainda no papel, nasceu a faca de combate Randall 01. Após a primeira faca feita especialmente para o Tenente, Randall começou e receber várias encomendas do mesmo modelo, por outros soldados. Randall nunca mais teve notícias do Tenente Zacharias.

Esta é considerada a mais luxuosa faca brasileira antiga. É também uma Bowie por sua lâmina clip point de 8 polegadas e guarda dupla em S, Ela reúne prata lavrada, marfim e chifre de bufalo negro. Por suas características construtivas, foi manufaturada no Sul da Bahia, em algum momento entre 1830 e 1850

Existem muitos tipos diferentes de aços carbono, um grande número de aços inoxidáveis, muitos aços com grande teor de níquel e aços carbono que juntos formam os aços damascos. Dizem que os aços damasco são mais resistentes, devido às suas construções em centenas ou milhares de camadas. Mas quanto por cento mais resistentes?  NINGUÉM SABE! Dizem que os aços carbono tem uma melhor performance no corte que os inoxidáveis.Mas essa afirmação não foi testada cientificamente.  Nos últimos anos  foram desenvolvidos aços inoxidáveis de altíssimo poder de corte. Então podemos perguntar: quanto por cento os aços carbono cortam à mais que os aços inoxidáveis?  NINGUÉM SABE!

Nos aços inoxidáveis martensíticos, os mais indicados para cutelaria, o carbono e o cromo estão sempre presentes em grandes quantidades. O termo grandes quantidades  significa um percentual maior do que o normalmente encontrado nos aços  comuns. Na composição de aços modernos destinados à cutelaria, quer sejam aqueles classificados como carbono ou os inoxidáveis, dificilmente poderá existir menos do que  0.6% de carbono, pois este é o principal elemento que, após a adequada têmpera, concederá  dureza à peça. Embora o cromo não seja um elemento mágico, sua adição nos chamados aços nobres lhes confere características especiais, sempre desejáveis em itens de cutelaria. Uma quantidade pequena de cromo, algo entre 0.25 e 0.50% aumenta naturalmente a dureza, bem como reduz a presença de "pontos brandos", moles, comuns a certos aços; uma quantidade moderada, algo como de 0.8 a 1.25% retarda consideravelmente a oxidação e a ação da corrosão.  Um aço com essas porcentagens

O aço Sandvik 13C26 é um aço inox martensítico, que após tratamento térmico caracteriza-se por: elevada dureza, ótima resistência à corrosão e excelente resistência ao desgaste. Foi projetado para ser utilizado na fabricação de lâminas de navalhas, instrumentos cirúrgicos e também para diferentes tipos de facas industriais para processamento de alimentos.  O alto teor de carbono foi balanceado para garantir estrutura formada por finos carbonetos secundários isenta, dos grosseiros carbonetos primários que apesar de duros, são muito frágeis.O elevado teor de carbono e a estrutura muito refinada proporcionam elevada retenção do fio de corte dando vida mais duradoura à lâmina.  Após tratamento térmico a estrutura é constituída de martensita, fina distribuição de carbonetos e cerca de 15% de austenita retida, dando uma ótima combinação de dureza, resistência ao desgaste, ductilidade e resistência a corrosão. RECOZIMENTO: 750/800ºC, com resfriamento em forno. TÊMPERA: 1050/1080ºC

A realização dos tratamentos de têmpera e revenimento produz a microestrutura de martensita revenida, que proporciona a melhor combinação de resistência mecânica/dureza e tenacidade. A têmpera, produzindo martensita, leva à obtenção de resistência mecânica/dureza, mas as tensões associadas à transformação martensítica podem causar trincas e distorções no aço temperado e assim, logo após a têmpera o aço deve ser revenido, pois embora a resistência mecânica/dureza caia um pouco, mas não muito, devido à difusão dos átomos de carbono para fora da martensita, assim um pouco empobrecida, as tensões são eliminadas, resultando em considerável ganho de tenacidade, além de evitar trincas e distorções TEMPERABILIDADE É um conceito importante e consiste na capacidade do aço sofrer transformação martensítica (têmpera) após ser resfriado rapidamente num determinado meio a partir do campo austenítico. RESFRIAMENTO NA TÊMPERA Dois fatores influenciam a velocidade com a qual as diferentes p

  A martensita formada durante o tratamento de têmpera é geralmente muito frágil para ser utilizada para a maioria das aplicações. Peças deixadas nesta condição correm grande risco de trincar ou empenar, exceto quando a %C é muito baixa.  De uma forma geral, a precipitação durante o revenimento ocorre da seguinte maneira:  1) até 250 ºC ocorre a precipitação de finos carbonetos do tipo ε, nesta condição a quantidade de carbono na martensita é reduzida a ~ 0,3%.  2) entre 230-280 ºC ocorre a decomposição da austenita retida, ferrita e cementita com características de bainita. 3) entre 160-400 ºC ocorre precipitação e crescimento de cementita-Fe3C. Os carbonetos do tipo ε se dissociam formando cementita. 4) entre 400-700 ºC crescimento e arredondamento da cementita-Fe3C precipitada.  A precipitação de carboneto tipo ε, em aços com alto teor de carbono, pode levar a um aumento de dureza pelo mecanismo de endurecimento por precipitação ou endurecimento secundário. Então, para e

Na lâmina full tang integral o formato do cabo é definido no forjamento e seu perfil é composto pela silhueta do aço coberto por talas.Acho que as integrais full tang são as peças de aço carbono que mais habilidade requerem do forjador para serem feitas com sucesso.  A dificuldade neste tipo de trabalho é que, além do colarinho ter que ser preservado e a espiga ser conformada no forjamento, ainda é imprescindível que todo o conjunto esteja bem alinhado. Contudo, quando se consegue, resulta numa faca muito interessante que pode ser feita prá diversas configurações, desde facas de campo, facas chef a pequenas skinners.

Quando você faz a têmpera, o empenamento costuma acontecer devido a três fatores :  1)-ASSIMETRIA DA LÂMINA Quando você está usinando e deixa um pouquinho mais de material num lado, a diferença de simetria vai causar um resfriamento irregular, um lado da lâmina vai esfriar mais rápido do que o outro. 2)-AQUECIMENTO NÃO UNIFORME  Esta diferença de simetria também vai proporcionar um aquecimento irregular. A lâmina não vai aquecer por igual e quando resfriar também não vai esfriar por igual. Ela esfria primeiro onde tem menos aço.  3)-RESFRIAMENTO NÃO UNIFORME A lâmina deve penetrar num ângulo de 90 graus em relação a superfície do óleo. Se você inclinar a lâmina, o lado que entrou primeiro em contato com o líquido vai esfriar mais rápido do que o outro lado e isto pode causar o empenamento. A lâmina deve ser resfriada no sentido do fio, como se tivesse cortando o óleo. ATENÇÃO: Nunca faça resfriamento rodando a lâmina no recipiente e nem com a lâmina na posição lateral, pois

Distal taper é feito durante o forjamento da lâmina, é um afinamento gradual da faca que pode ser feito do ricasso para a ponta, do ricasso para o final do cabo, ou nos dois sentidos.  Quando é nos dois sentidos, chamamos double distal taper. Este tipo de geometria, além de deixar a faca mais leve sem afetar a resistência contribui para a harmonia do conjunto.Para que o resultado final seja bom, é preciso ter atenção com alguns detalhes.  O principal é a simetria entre as faces da espiga. Um outro é o paralelismo no final do cabo. Se houver desatenção nesses pontos o ajuste poderá ficar comprometido.

A versão mais famosa da faca Bowie foi projetada por Jim Bowie e apresentada ao ferreiro do Arkansas James Black na forma de um modelo de madeira entalhada, em dezembro de 1830. Black produziu a faca encomendada por Bowie e, ao mesmo tempo, criou outra baseada no modelo de Bowie.  Usou o desenho original, mas com clip point afiado. Black ofereceu a Bowie sua versão e Bowie escolheu a versão modificada. A faca James Black Bowie tinha uma lâmina de 30 cm de comprimento, 5,1 cm de largura e  6,4 mm de espessura.  Facas como esta, com um clip point pronunciado, são hoje chamadas de facas Sheffield Bowie. Esta forma de lâmina se tornou tão popular que as fábricas em Sheffield produziam estas facas em massa e exportavam para os Estados Unidos em 1850. Geralmente com um cabo feito de madeira, chifre de veado ou osso e, às vezes, com uma proteção e outros acessórios de prata esterlina.  Em 1831, Jim Bowie voltou com sua faca James Black Bowie para o Texas e se envolveu em uma luta 

Meu serviço era juntar nó de pinho e fazer carvão na pedreira pra temperar punção e fazer a têmpera na pena do marrão de 8 e 10 kg. Tocava uma forja manual feita no mato com um cambito de pau a pique, as pás da ventoinha, nós faziamos com lata de óleo de soja, com uma correia de tento de couro bovino.  Um senhor chamado de padre, seu nome era Artilhano, lá do Rs, me ensinou a cortar pedra e temperar as marretas. Temperava a pena das marretas na água corrente. Ele dizia que tinha que ser um dia de sol quente sem nenhuma nuvem no céu.  Então preparava um buraco no chão ao lado de uma sanguinha de água corrente, bem limpa, eu tocava a forjinha manualmente, ele ficava aquecendo as ferramentas. Quando chegava no ponto que ele achava certo, mergulhava o aço na água e pegava uma lasca de pedra, passava na marreta riscando a peça, e aí se via a têmpera correndo.

  Tento é uma tira de couro cru utilizada para a feitura de laços, sovéus, tamoeiros, relhos e inúmeros outros usos, inclusive em cabos de facas. Para fazer um tento faça o seguinte: Pegue um couro cru, sem sal e sem pelos, use uma esponja e umedeça o couro para que fique mais facil de cortar.  Corte um circulo no couro com 40cm de diametro. Com um compasso traçador ou de ponta seca dê uma abertura de 5mm ou 1/4 de polegada, trace uma margem da medida referida e com uma faca bem afiada ou tesoura vá cortando em espiral. Se acertou na primeira vez, você estará com uma fita de mais de 5m por 1/4″ de couro cru. Ponha a fita em um balde de água  por mais ou menos 40 minutos.Tire do balde e prenda a ponta a um suporte, estique a tira de couro em todo o seu comprimento. Corte um entalhe em um pedaço de madeira, da largura e espessura da tira de couro e com uma faca afiada percorra toda a estensão da fita, acertando as bordas e tirando as rebarbas. DICA DO FÁBIO NUNES GONÇALVES  N